domingo, 10 de maio de 2009

PÉ DIABÉTICO


De 50 a 75% das amputações de membros inferiores são realizadas em pessoas com diabetes. Acredita-se que mais de 50% dessas amputações sejam evitáveis, desde que haja um ensinamento sobre medidas de cuidado com os pés. As complicações do diabetes que contribuem para o maior risco de infecção nos pés são:
-Neuropatia: a neuropatia sensorial leva à perda da sensação de dor e pressão, a neuropatia autônoma leva ao ressecamento aumentado e fissura da pele (secundários à sudorese diminuída) e a neuropatia motora resulta em atrofia muscular, que pode levar às alterações no formato do pé.
-Doença vascular periférica: a má circulação dos membros inferiores contribui para a cicatrização deficiente das feridas e para o desenvolvimento da gangrena.
-Imunocomprometimento: a hiperglicemia compromete a capacidade dos leucócitos especializados para destruir as bactérias. Dessa maneira, no diabetes mal controlado, existe uma resistência diminuída a determinadas infecções.
A típica sequência de eventos
no desenvolvimento de uma úlcera de pé diabético inicia-se com uma lesão dos tecidos moles dos pés, formação de fissura entre os artelhos ou uma área de pele seca ou formação de calosidade. As lesões não são sentidas pelo paciente com o pé insensível, e podem ser causadas por fatores térmicos (p.ex., devido o uso de almofadas de aquecimento, andar descalço no concreto quente ou testar a água do banho com o pé), fatores químicos (p.ex., queimação do pé causada pelo uso de agentes cáusticos em calos, calosidades ou joanetes) ou fatores traumáticos (p.ex., lesar a pele ao cortar as unhas, caminhar com um objeto estranho não detectado no calçado, ou fazer uso de meias e calçados com má adaptação).
Quando o diabético não tem o hábito de inspecionar por completo ambos os pés diariamente, a lesão ou fissura pode passar despercebida até que uma infecção grave tenha se desenvolvido, sendo a drenagem, inchação, rubor (da celulite) da perna ou gangrena os primeiros sinais de problemas no pé que o diabético percebe. O tratamento das úlceras de pé envolve o repouso no leito, antibióticos e debridamento, sendo importante também controlar os níveis de glicose (que tendem a aumentar quando as infecções acontecem). Nos pacientes com doença vascular periférica, as úlceras de pé podem não cicatrizar por causa da reduzida capacidade de oxigênio e dos nutrientes e antibióticos que alcançam o tecido lesado, sendo a amputação muitas vezes necessária para evitar a disseminação da infecção.
O exame dos pés e as instruções sobre cuidados são importantes ao cuidar de pacientes que estão em alto risco de desenvolver infecções no pé, principalmente em diabéticos com mais de 10 anos de patologia, idade acima de 40 anos, história de tabagismo, pulsos periféricos diminuídos, sensibilidade diminuída, deformidades anatômicas em áreas de pressão, histórias de úlceras de pé e amputação prévia.
Ensinar os pacientes sobre os cuidados apropriados com os pés é uma prescrição de enfermagem que pode evitar complicações dispendiosas, dolorosas e debilitantes, devendo-se informar sobre o exame diário e minucioso dos pés; a importância de secar e lubrificar os pés, tomando cuidado para não permitir que a umidade se acumule entre os dedos; fazer uso apenas de calçados fechados que se adaptem bem; ao aparar as unhas dos pés, cortar agudamente os cantos para seguir o contorno dos dedos; buscar reduzir os fatores de risco, como fumo e lipídeos sanguíneos elevados, que contribuem para a doença vascular periférica; não fazer uso de remédios caseiros ou medicamentos populares ou automedicar-se para tratar os problemas dos pés.
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica Brunner&Suddarth

HIPOCALEMIA E HIPERCALEMIA

Hipocalemia: é a concentração sérica de potássio abaixo do normal, menos que 3 mEq/L de potássio sérico e indica um déficit real nas reservas totais de potássio. A deficiência de potássio pode resultar em amplos desarranjos na função fisiológica, podendo a hipocalemia grave causar a morte através da parada cardíaca ou respiratória. As manifestações clinicas incluem fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, fraqueza muscular, cãimbras nas pernas, motilidade intestinal diminuída, parestesias (dormência e formigamento), disritmias e sensibilidade aumentada ao digitálico. Quando prolongada, a hipocalemia pode levar a uma incapacidade dos rins para concentrar a urina, causando a urina diluída (resultando em poliúria e nictúria) e sede excessiva. A depleção de potássio deprime a liberação de insulina e resulta em intolerância à glicose. A alcalose metabólica está comumente associada à hipocalemia. No tratamento de Enfermagem na hipocalemia, o enfermeiro precisa monitorar para a sua presença nos pacientes em risco, dentre as medidas de prevenção pode-se encorajá-lo a ingerir alimentos ricos em potássio (bananas, melão, frutas cítricas, vegetais frescos, carnes frescas); ter um cuidado especial a reposição de potássio principalmente nos adultos idosos, que possuem menores níveis corporais de potássio, além da perda fisiológica da função renal com o avançar da idade, sendo mais prontamente retido pelo idoso.
Hipercalemia: é a concentração de potássio sérico maior que o normal, maior que 6 mEq/L, e raramente ocorre em pessoas com função renal normal, sendo em geral mais perigosa que a hipocalemia uma vez que a parada cardíaca está mais frequentemente associada a níveis séricos elevados de potássio. A principal etiologia da hipercalemia é a excreção renal de potássio diminuída, sendo comumente observada em pacientes com insuficiência renal não tratada. As principais manifestações clínicas são fraqueza da musculatura esquelética e, até mesmo, paralisia, relacionada com um bloqueio causado pela despolarização do músculo. A fraqueza muscular rapidamente ascendente, leva a paralisia flácida, também pode ocorrer a paralisia dos músculos respiratórios e da fala. Pode ocorrer também, náuseas, cólica intestinal intermitente e diarréia. A analise gasométrica arterial pode revelar uma acidose metabólica, em muitos casos a hipercalemia ocorre com a acidose. No tratamento de Enfermagem, os pacientes com risco de excesso de potássio, por exemplo, aqueles com insuficiência renal, devem ser identificados e monitorados com rigor. Deve ser empreendidas medidas para encorajar ao cliente a aderir à restrição de potássio prescrita, evitando-se alimentos ricos em potássio como café, chocolate, chá, frutas secas, vagens secas, pães integrais, leite, ovos, ao contrário dos alimentos com conteúdo mínimo de potássio como manteiga, margarina, balas de goma ou confeitos, açúcar, mel, doces endurecidos. Deve ter cautela durante a administração de potássio, monitorando rigorosamente as soluções, dando atenção especial a suas concentrações e para a velocidade de administração.
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica Brunner&Suddarth

CARDIOVERSÃO E DESFIBRILAÇÃO

Cardioversão: envolve o fornecimento de uma corrente elétrica “regulada” para terminar uma taquidisritmia. Na cardioversão, o desfibrilador é definido para sincronizar o ECG (eletrocardiograma) em um monitor cardíaco, de modo que os impulsos elétricos sejam descarregados durante a despolarização ventricular (complexo QRS). A quantidade de voltagem usada varia de 25 a 360 joules, dependendo da tecnologia do desfibrilador e do tipo de disritmia. Se a fibrilação ventricular acontece depois da cardioversão, o desfibrilador é utilizado para desfibrilar o paciente, o modo sincronizar não é usado (quando o sincronizador está ligado, nenhuma corrente elétrica será liberada se o desfibrilador não discernir um complexo QRS). As indicações de uma resposta bem-sucedida são a conversão para o ritmo sinusal (atividade elétrica do coração iniciada pelo nódulo sinoatrial), pulsos periféricos adequados e pressão arterial apropriada.
Desfibrilação: é usada em situações de emergência como o tratamento de escolha para a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular (TV) sem pulso. A desfibrilação despolariza imediatamente uma massa crítica de células miocárdicas; quando elas se repolarizam, o nódulo sinusal comumente recaptura sua função como o marcapasso. A voltagem elétrica necessária para desfibrilar o coração é usualmente maior que aquela necessária para a cardioversão. Se três desfibrilações com voltagem crescente não foram bem-sucedidas, a reanimação cardiopulmonar é iniciada e são deflagrados os tratamentos de suporte de vida avançado.


FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica Brunner&Suddarth


sábado, 9 de maio de 2009

JURAMENTO DA ENFERMAGEM

Juro dedicar minha vida profissional a serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e dedicação, guardando sem desfalecimento os segredos que me forem confiados. Respeitando a vida desde a concepção até a morte, não participando voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física e psíquica do ser humano, mantendo elevados os ideais da minha profissão, obedecendo os preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições. Assim juro!